O espaço SAGRADO representa a relação do Homem com o DIVINO, nele devem ser estabelecidas as relações entre a dimensão da arquitetura e os símbolos da construção da fé cristã.
A Capela de Santiago vem cercada de signos pensados para religar o Homem e Deus: o Cruzeiro, a água, os pedriscos e a vegetação, de modo a conferir à arquitetura “alguma coisa de divino”.
Na concepção de todo o espaço arquitetônico que domina a nave, a estrutura triangular que se repete é baseada na ossatura estrutural onde os vazios dominam os cheios num processo de desmaterialização e de abstração da arquitetura que favorece a contemplação.
Na transição entre a Capela e o urbano, a natureza se posiciona na sua relação de homogeneidade com o mundo e com as coisas humanas, casando o ambiente natural e o edifício e valorizando a relação que Padre Henrique tem com suas árvores do cerrado.
Assim a arquitetura criada buscou uma linguagem ordenada de construção simples, capaz de tornar visível a identidade do espaço e expressar o seu principio divino para que o fiel se ponha em contado com Deus.
A relação entre o plano terreno e o sagrado é enfatizada pela verticalização e no projeto da Capela de Santiago é realizada pelos cruzeiros, o primeiro localizado na entrada da capela e o segundo colocado no espaço de contemplação. Ambos os cruzeiros possuem um caráter expressivo pois a forma desperta a religiosidade. No primeiro a forma histórica existente desde a crucificação de Cristo, o segundo que cria uma relação de ligação entre o sagrado e o profano articulando os braços da cruz fragmentados que criam uma indicação entre céu e terra.
Assim a composição arquitetônica buscou a planta com altar central integrando o jardim e suas árvores com a nave numa ordem sem hierarquia que articula a relação de totalidade da Capela com seus espaços.
Essa relação de totalidade é também evidenciada pela transparência dos espaços, primeiro o altar que se integra ao espaço de contemplação com o espelho d’água e o cruzeiro. Segundo o cobogó que permite também integrar o jardim interno e o jardim externo.
Neste diálogo de totalidade e interação entre os espaços, o altar revela-se como o centro de ascensão, como a porta da mensagem da luz divina que incide no plano interno da igreja pela composição da cruz que brilha no revestimento de cobre e pelo reflexo do espelho d’água que permite que a luz penetre no espaço numa imagem de transcendência.
O espelho d´água colocado simboliza a purificação necessária à ascensão divina se difunde da nave para o espaço de contemplação refletindo também o céu e o edifício fundidos num só elemento.
O pedrisco que marca caminhos de ligação entre a Capela e o espaço urbano por sua natureza está associado à simplicidade e à humildade presentes no amor de Cristo.
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