A importância da cerâmica é marcada na construção de sua identidade inerente a historicidade e suas conotações culturais estabelecidas em uma linguagem de signos que retratou e retrata de forma representativa a autenticidade de um povo.
Walmir Alexandre exalta a percepção sensível desta identidade, estruturando sua ideação plástica, modelando na cerâmica, personagens e objetos que de alguma forma se ligam ao repertório mítico do imaginário da sociedade mineira.
Assim, o artista elabora e reelabora a história por meio do barro, criando outros significados formais na valorização das mulheres do cerrado com os ícones da fertilidade que revelam em sua singularidade uma construção de um ideal formal único e constante.
Este ideal impõe sua presença na unidade da forma caprichosa que na construção anatômica de composição simétrica apresenta aos olhos a beleza miscigenada da mulher de pele escura, cabelos crespos, lábios carnudos e seios fartos.
Esta mulher desperta, isola e distingue sentimentos de um novo naturalismo na plenitude plástica do corpo, na pose tranquila, absorta e sem gesto, fitando o espectador num discurso instigante sobre a sua identidade feminina, sensual ou pagã, santa ou profana.
Na arte de Walmir que tem como objeto a sociedade, esta mulher vibra com extraordinária delicadeza nos gestos contidos, enfatizando os códigos femininos e os simbólicos adereços impressos na linguagem formal do artista. Nos colares, tiaras e presilhas, a obra apresenta sua intencionalidade plástica rica na inter-subjetividade do cerrado criada em ritmos melódicos das formas.
O site está fazendo um ótimo trabalho divulgando os artistas regionais.
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